Bandas do Mais Educação mudam comportamento dos alunos

Cornetas, Tarol, Lira e tambores têm mudado a vida de milhares de estudantes da rede municipal de ensino de Nova Iguaçu. São pelo menos 1.600 alunos que deixaram a ociosidade para se dedicar aos ensaios duas vezes por semana e se submetem a batuta dos maestros, que cobram disciplina e iniciam a meninada na musicalidade. E a receita tem dado certo. São bandas de fanfarras e de tambores formadas com recursos do Mais Educação, Programa do governo federal em parceria com as prefeituras, cujos frutos já puderam ser vistos nas paradas cívicas e até em apresentações em teatro.

Diferente das fanfarras, a banda de Tambores com ritmo de timbalada, olodum e sons afros de modo geral é formada por componentes das Escolas Municipais Professora Venina Correa Torres e Janir Clementino Fraga. São 30 componentes que já se apresentaram no Teatro Carlos Gomes, Sesc e outros pontos de cultura. Eles estão sob o comando da batuta do maestro Paulo Negueba, músico do Afroreggae e do Nós do Morro, que dá aos alunos da rede pública municipal nova perspectiva de vida.

As bandas fazem parte das oficinas do Programa Mais Educação, que disponibilizam instrumentos musicais de sopro, Bumbos, Tarol e Percussão. Algumas escolas complementam o kit comprando peças instrumentais, principalmente Cornetas, Cornetões e Saxofone. Ao todo, 40 das 125 unidades escolares já dispõem de bandas o que tem despertado muitos dos alunos a sonhar com a carreira de músico militar.

No desfile cívico as formações musicais fizeram performances especiais para o público. A Corporação Musical Monteiro Lobato (COMMBATO) tocou “O Barquinho”- Bossa Nova, com arranjo suave de Funk, sem atravessar a nota. A banda formada por cerca de 40 componentes é comandada pelo maestro Renato Silveira e costuma se apresentar em eventos da educação.

Só na Escola Municipal Dr. Rubens Falcão, 160 pessoas participam da banda, incluindo músicos e corpo coreográfico. Maestro da unidade escolar e das Escolas Municipais Vereador Elcio Chambarelli e Luiz de Lemos, Vitor Paulo de Siqueira, garante que os integrantes das bandas melhoraram o poder de concentração e de disciplina.

Preferência

De acordo com os maestros, os instrumentos de sopro e Caixas de Tarol são os preferidos dos alunos, já que fazem parte das bandas militares. De uma família de músicos Ruan Tomé de Souza, 17 anos, não quer fugir a regra. Estudante da Escola Municipal Marcio Caulino, em Austin, toca corneta na banda da escola. “Quero seguir na carreira militar e tocar instrumento de sopro na Marinha”, disse o menino.

“Para mim está sendo ótimo participar da banda. Quero ser músico e seguir na carreira militar”, contou Ruam Alessandro Pereira, 15, anos, que toca Piston na COMMBATO. Quem também visa à carreira de músico militar é Juan Brito de carvalho, 13 anos. “Toco Bumbo, mais devo optar pelo Tarol para seguir na carreira militar”, completou o menino.

“Não conhecia nada de música. Fui para a banda da escola e mudei minhas atitudes. Ainda preciso melhorar, mas mudei minhas notas e estou mais disciplinado”, admitiu o aluno do Marcio Caulino, David Oliveira, que sonha com o Colégio Naval.