terça-feira, 14 de junho de 2011

Ferreira Gullar dá show de irreverência na Jornada de Educação de Nova Iguaçu


Sempre irreverente e afiado com as palavras, o escritor Ferreira Gullar deu um show na palestra “Desconstruir para Construir”, na última quinta-feira, dia 9, durante a Jornada Educação Século XXI Escolas – Cultura das Artes, realizada pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação. O encontro vai até o dia 29, em parceria com a empresa Água Grande, que trará a partir de terça-feira, dia 14, para Universidade Estácio de Sá, a escritora Lúcia Fidalgo e os artistas plásticos Domi Junior e Deneir de Souza, mestre na arte de fazer brinquedos.

Formada por uma plateia de professores ávidos para ouvir seus relatos, o maranhense Ferreira Gullar não decepcionou. Falou dos primeiros contatos com a leitura e dos desafios que teve ao escrever seus primeiros poemas e para entender sua própria inspiração, classificada por ele como “Espanto”. O escritor, que também é ensaísta e crítico de artes, respondeu perguntas como a do secretário-adjunto pedagógico, José Reginaldo Bastos da Cruz, que observou que apesar de o autor ter vivido no exílio, seus livros apresentam sempre sua visão positiva da vida.

Segundo Gullar, a arte é feita para dar felicidade às pessoas. “Rabo de Foguete: Os Anos de Exílio” é o único livro autobiográfico do autor, que não pretende escrever outro no mesmo estilo. Na literatura infantil deixa sua marca a obra “Dr. Urubu, a coisa tá preta!”.

Autor de poemas, como “Quem matou Aparecida?”, Ferreira Gullar arrancou gargalhada do público com sua espontaneidade. Mesmo sendo chamado de vanguardista, não se considera um escritor à frente do seu tempo. “Eu não sou vanguardista. Posso ser um pouco pirado, mas vanguardista, não”, comentou Ferreira, acrescentando que a poesia deve ser uma coisa verdadeira, com sentimento.

Para Ferreira, que se apaixonou pela leitura aos 13 anos, a poesia deve lidar com a realidade e transformar o banal em maravilhoso. Perguntado se foi estimulado a escrever por seus professores, o autor disse que não. Ao mesmo tempo, enfatizou que se o educador perceber talento nos alunos devem incentivá-los. Com relação a seu estilo foi mais uma vez irreverente. “Queria sair da ordem pré-estabelecida. Não queria algo previsível ou viciado”, concluiu Gullar, que publicou seu primeiro livro de poemas “A Luta Corporal”, em 1954.

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