Palestra de Júlio Emílio Braz marca lançamento de concurso de cordel

Com a palestra do escritor infanto-juvenil Júlio Emílio Braz, foi lançado nesta quarta-feira, dia 26, na Universidade Geraldo Di Biase (UGB), o concurso "Literatura e Africanidade em Cordel". Realizado pela Prefeitura de Nova Iguaçu, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed). A competição faz parte da 3ª edição do projeto "Literatura e Africanidade" e tem como objetivo promover o aumento da autoestima e a produção do conhecimento. Participarão estudantes do 1º ao 9º ano das 125 escolas da rede municipal de ensino. A final da competição será no dia 24 de novembro.

Aproximadamente 150 profissionais, entre mediadores tecnológicos, professores de Incentivo à Leitura e Produção Textual (ILPT) e incentivadores da palavra participaram do encontro. Além da palestra do escritor Júlio Emílio Braz, que falou de suas vivências ao viajar por diversos países, o público assistiu apresentação da professora da sala de recursos da Escola Municipal Murilo Costa, Rosenir Oliveira Brandão, que usou os livros do escritor para trabalhar com alunos portadores de necessidades especiais.

Segundo Jussara Alexandre, que integra a equipe da assessoria de formação da Semed, o tema "Literatura e Africanidade em Cordel" proporciona aos estudantes o conhecimento das origens do povo brasileiro e a valorização da literatura de cordel. "Este ano se comemora o centenário da rainha do cangaço, Maria Bonita, e por isso os textos serão em formato de cordel. Cabe aos professores aprofundar a forma e o estilo de escrever em cordéis, facilitando a produção dos materiais para concursos", disse Jussara.

A incentivadora à palavra da Escola Municipal Professor Ruy Afrânio Peixoto, Maria da Graça Lima Benevides, realiza este ano na unidade o projeto "Literatura viva em cordel", com alunos da Educação Infantil ao 5º ano e gostou da proposta de se faz um concurso de cordel. "Na escola, os alunos estão trabalhando o formato de cordel nas músicas "Kizomba", interpretado pelo cantor Cauby Peixoto e "Negro", cantando por Adriana Calcanhoto. Eles estão adorando do projeto e se animaram com a possibilidade de disputarem o concurso", afirmou Maria da Graça.

Já Naide Caetano Gomes, incentivadora da palavra da Escola Municipal Nabor Otuki, acredita que o concurso abrirá caminhos para que toda a comunidade escolar conheça um pouco mais a cultura africana e afro-brasileira, já que envolverá a participação de todos.

Palestra com escritor

Ganhador de vários prêmios, como o Austrian Children Book's Awards, na Áustria, e o Blue Cobra Award, o escritor infanto-juvenil Júlio Emílio Braz contou ao público presente a importância de se trabalhar com os estudantes de escolas públicas a elevação da autoestima e perceber as potencialidades que cada um tem. "Dentro das salas de aula podemos ter escritores, autores, engenheiros e outros profissionais", afirmou Julio.

Ele também parabenizou a iniciativa da Semed em promover concurso sobre africanidades em formato de cordel, porque descobrirá potenciais autores e promoverá o conhecimento de outros tipos de literatura. "A imaginação é condição básica para um ser humano. Além disso, os estudantes se reconhecerão como afrodescendentes, o que para muitos é muito difícil", concluiu o escritor, que assistiu apresentação da professora da sala de recursos da Escola Municipal Murilo Costa, Rosenir Oliveira Brandão, que leu trecho do livro do autor "Zebras e os Poucas Sombras" e falou do trabalho realizado com estudantes portadores de necessidades especiais.