Situada em uma das áreas de proteção ambiental mais importante do país, em Tinguá, a Escola Municipal Vale do Tinguá é desde março referência em agroecologia. A proposta da prefeita Sheila Gamaé fazer com que a região mantenha as características de área rural preparando os jovens para lidar com a terra e ao mesmo tempo preservar a natureza. Atualmente, a escola oferece oficinas voltadas para criação de aves, horta, técnicas agrícolas e aproveitamento total de alimentos no horário integral
Para tudo isso funcionar, a escola conta com o apoio de profissionais das áreas de zootecnia, ciências biológicas, economista doméstica, técnicos agrícolas e licenciados em ciências agrícolas. Estes especialistas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e da Emaus Fraternidade e Solidariedade (Emfras), ajudam os alunos a compreenderem o sistema agroecológico, que tem como princípio o uso sustentável do ambiente sem o uso de agrotóxicos e outros defensivos agrícolas.
Em oito meses de funcionamento, as mudanças já começam a dar sinais positivos para alunos, professores e a comunidade, a quem o projeto quer atingir de forma vertical. De acordo com a diretora da unidade escolar, Suzana Gomes, os alunos são multiplicadores das novas técnicas para suas famílias, que na maioria das vezes são pequenos produtores rurais. “A agroecologia é a forma de ver o ambiente e interagir com ele”, disse a diretora da unidade escolar que tem 194 alunos.
Aluno do 7º ano, Átila da Silva, 13 anos, é reflexo do que as novas oficinas estão fazendo com a garotada. Ele é chamado pelo zootecnista João Soares Neto de “estagiário” tamanho o interesse nas aulas. “Comecei a me interessar por tudo que tem aqui porque na minha casa criamos galinha. Aprendi que podemos alimentá-las com a casca dos legumes e também usar a mesma coisa para adubar a terra”, contou o menino.
Chocadeira
Com uma criação composta de 50 frangos e 120 galinhas, a escola possui ainda uma chocadeira artificial capaz de chocar 120 ovos, ao contrário da ave que choca de 10 a 15. De acordo com o zootecnista, isso pode possibilitar uma produção de até 600 pintinhos por ano. No modo tradicional seriam necessários 60 dias para uma galinha chocar 200 ovos.
E não para por ai. A escola também investe na agricultura com plantação de milho, inhame, aipim e frutas. “A população tem dificuldade em usar a terra para a sua vocação. Não utilizam bem a parte agrícola e a criação de animais, embora a maior parte da produção seja destinada a subsistência”, explicou João Soares.
O certo é que a meninada aprende e se diverte ao mesmo tempo. Na I Semana de Agroecologia realizada de 24 a 26 de novembro, alunos como Cleiton de Oliveira Santos, 11 anos, aproveitaram para dar um passeio no pônei que estava em exposição e até correu atrás das galinhas para provar que conseguia capturar a ave. E deu certo.
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