Com simplicidade, a dona de casa, Maria José da Silva, de
64 anos, roubou a cena durante a formatura dos alunos do Programa Brasil
Alfabetizado na noite desta quarta-feira, dia 14/09. De fala mansa, porém
precisa, ela resumiu em poucas palavras o sentido de estar alfabetizada. “Estou
me sentindo uma formiguinha neste lugar, onde jamais pensei em pisar. Minha professora
(Margarete) só faltou me puxar pela orelha para me levar para a sala de aula.
Agora já sei ler. Agradeço a ela”, disse.
“É gratificante saber que agora vocês podem identificar o ônibus
pelo nome e não pela cor. Isso é gratificante. Nossa felicidade é o sucesso do
aluno”, comemorou a subsecretária de Projetos Especiais, Niara Margarida Matta,
ao lado do presidente de Políticas Públicas da Educação, Acárise Ribeiro, que
lembrou o investimento do governo na educação e o bom resultado do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
Em meio a muitas histórias de superação, o BA este ano
formou mais de 800 alunos, dos 1632 cadastrados. Uma luz para quem a cerca de um ano não
conhecia sequer uma letra do alfabeto. É o caso, de Marilene Maria da
Conceição, 33 anos, que não tinha sequer certidão de nascimento e se sentiu
constrangida quando precisou matricular os filhos na escola.
“Consegui matriculá-los na escola sem a certidão. O
problema é que minha mãe, que também não tinha certidão morreu. Mas meu pai
agora me reconheceu e finalmente já tenho o documento”, contou ao lado das
filhas Ingrid Souza, de 16 anos, que está no sexto ano de escolaridade e Agatha
Costa Araújo, 2 anos.
A solenidade contou ainda com as presenças da subsecretária
de Administração e Recursos Humanos, Telma Magalhães e da professora Eliana
Papaléo, que durante anos contribuiu para a alfabetização de adultos.
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