quarta-feira, 20 de junho de 2012

História Africana na grade curricular das escolas é tema de palestra

Apresentações de dança africanas e debates sobre a cultura dos povos africanos marcaram o 3º Encontro de Formação Continuada “A História Africana no Currículo Escolar”, na Casa de Cultura de Nova Iguaçu. Proposta pela Secretaria Municipal de Educação de Nova Iguaçu (Semed), a palestra, para os mais de 80 professores e diretores das 126 escolas municipais, foi ministrada por João Carlos Araújo, filósofo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e representante da Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura.
De acordo com Denise Fernandes Paulino, da assessoria de formação da Semed, a finalidade do encontro foi socializar a aplicabilidade da lei 10.639 - que trata das questões afirmativas da história africana e indígena na grade curricular – e promover vivências entre as escolas. “A formação vai de encontro ao artigo 26, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que busca o aprimoramento da prática diária do educador abrindo um caminho mais competente na superação do racismo na escola”, disse Denise. 
A Escola Municipal José de Anchieta abriu o encontro com duas apresentações de dança que animaram o público que estava na Casa de Cultura de Nova Iguaçu. No ritmo do axé e do samba, os estudantes do 5º ano mostraram um pouco do que é realizado dentro da unidade,  no bairro de Austin.
A apresentação dos estudantes emocionou João Carlos Araújo, que se disse estar feliz com o trabalho que está sendo realizado nas unidades escolares a respeito da questão africana nas escolas. “É gratificante saber da continuidade destes projetos. Falar sobre africanidade possibilita entender mais sobre nossas origens e abre a oportunidade de promover um diálogo sobre o tema”, disse João, que promoveu um debate com os profissionais após exibir um vídeo que falava das origens africanas.
O diretor da Escola Municipal José de Anchieta, Lenílson Altamiro, afirmou que desde o momento em que foi iniciado o projeto dentro da escola o comportamento e o convívio dos estudantes melhorou consideravelmente. “Estamos proporcionando uma valorização da raça negra e em nenhum momento foi imposto nada. Acho que isto foi o mais importante, pois se sentem mais valorizados e com a autoestima em alta”, disse Lenílson.
Assim como o diretor, a professora Jeane Costa, do 3º ano da Escola Municipal Professor Paulo Freire, afirmou que os alunos reconhecem mais a sua raça. “Quando os estudantes ficam cada vez mais empenhados, o trabalho flui melhor e ele acaba aprendendo mais rápido. O nosso objetivo principal é torná-los um cidadão melhor”, concluiu Jeane.

Nenhum comentário:

Postar um comentário