sexta-feira, 20 de julho de 2012

Alunos do Brasil Alfabetizado podem se inscrever no EJA

Superação é o que define os jovens e adultos que durante oito meses enfrentam uma sala de aula no Programa Brasil Alfabetizado em Nova Iguaçu. Com histórias que vão desde trabalho escravo na infância a pressão dos companheiros para suas mulheres não irem à escola, eles esquecem o passado e se dedicam ao ofício de aprender ler. É o caso da auxiliar de serviços gerais, Cirlene da Luz, que tinha dificuldade para arrumar emprego por ser analfabeta. “Não sabia ler nem escrever quando fui trabalhar numa escola. Agora tenho carteira assinada e sei assinar meu nome”, declarou durante a formatura, na Igreja Assembleia de Deus, no KM 32.

Assim como Cirlene, centenas de pessoas de sua região participaram do Programa e saíram do “esconderijo” que é o analfabetismo. Para a Secretária de Educação, Sandra Gusmão, saber ler para os alfabetizandos é apenas o primeiro passo. “Todos os dias estamos aprendendo. Vocês tiveram a oportunidade de ler e escrever o nome, mas também de compartilhar a amizade. Na segunda etapa vocês podem se matricular no Eja e prosseguir com os estudos”, declarou Sandra.

Os irmãos Luiz Carlos Cipriano, 44 e Jorge Cipriano, 50 enfrentaram o trabalho escravo desde os cinco anos de idade, numa fazenda no interior de Minas Gerais. Segundo Jorge, só aos 20 anos de idade quando chegou em Nova Iguaçu, no ano de 1990 conseguiu trabalho remunerado. “Já fui enganado por não saber ler. Uma pessoa recebeu meu dinheiro em meu lugar”, desabafou. Ele contou que os donos da fazenda onde morava não permitia que os pais os levasse a escola.

“Não saber ler é ruim. Estou feliz, agora sei ver o nome e o número dos ônibus”, comemora Luiz Cipriano. Os dois irmão estão firmes no propósito de dar continuidade aos estudos por meio do Estudo de Jovens e Adultos (EJA), cujas inscrições já estão abertas nas escolas.

O sentimento de vitória é o que impulsiona a alfabetizadora Gislene da Cruz. Assim como seus alunos a professora precisou superar obstáculos para alcançar seus objetivos. Ela costuma dize que sua história de vida se confunde com a de seus alfabetizandos.

Ela conta que veio do Nordeste sem perspectivas e teve que trabalhar em casa de família para se sustentar. Hoje, além de ser alfabetizadora é assistente social e junto com o marido vai iniciar um projeto de inclusão social por meio da informática, no bairro onde mora. “Os alunos querem continuar estudando e vamos promover a inclusão digital dessas pessoas”, comemora.  

Um comentário:

  1. Bom dia, tenho 43 anos, estudei no CENI - Centro Educacional de Nova Iguaçu, gostaria muito de dar continuidade aos meus estudos, parei no decurso da 8º série. Só que o CENI fechou as portas, gostaria de saber como posso obter meus histórico para dar continuidade aos meus estudos? Meu sonho é me formar.
    Obrigado.
    Cláudio Machado
    cmachado@infolink.com.br

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