Paçoca, bananada, doce de abóbora e danças típicas marcaram o 3º Encontro de professores e alunos das Salas de Recursos da rede municipal de ensino de Nova Iguaçu. Realizado no auditório da Escola Municipal Monteiro Lobato, a reunião foi promovida pela Secretaria Municipal de Educação de Nova Iguaçu (Semed) e contou também com a presença dos pais dos estudantes, que assistiram palestra com a professora Raquel Gonçalves, que mostrou suas vivências e o desafio de ser mãe de três filhos com deficiência auditiva.
Para Márcia Carvalho, responsável pela equipe de Educação Especial da Semed, o encontro foi excelente e além das expectativas. “Não esperava tanto público aqui no auditório. Estou emocionada e com o coração transbordando de alegria. Este encontro serviu para mostrar como o nosso trabalho está sendo realizado pelas professoras dentro das escolas e o envolvimento dos pais e responsáveis com a causa”, afirmou Márcia.
A professora Raquel Gonçalves falou no encontro sobre todos os desafios de ser mãe de filhos com surdez profunda. O primeiro contato com uma criança surda foi no trabalho. “Lembro do nome dele até hoje. Abel. Tinha um amor e imenso por ele e eu mal sabia que teria três filhos portadores de deficiência auditiva”, disse a professora, que ressaltou o fato do tratamento precoce como um dos avanços para os dias atuais
Ainda segundo Raquel, o relato serviu para que os pais confiem cada vez mais nos filhos e que os estimulem. Após passarem pelo Instituto Nacional de Surdos e por turmas regulares em escolas públicas, dois de seus filhos já estão na faculdade. “Lidiane, minha filha mais velha com 26 anos, é formada em pedagogia e é pedagoga bilíngüe de surdos. Já o Samuel, com 23 anos, está cursando administração e está com proposta para trabalhar em grandes empresas”, concluiu Raquel.
Apresentações de Dança
Um dos destaques do encontro foi a quadrilha da Escola Municipal José Anchieta. Comandada pela professora da sala de recursos Neila Dutra, o grupo é composto por alunos portadores de dislexia, Transtorno de Deficiência de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e outras deficiências e mostrou sua ginga e que manda muito bem nos instrumentos musicais. “Foi uma grande surpresa quando comecei a treiná-los e descobrir que eles possuem aptidões. Eles têm talentos, mas acabam não desenvolvendo”, disse a professora.
A pequena Brenda Gomes da Silva, 9 anos, se destacou ao tocar pandeiro durante a apresentação da turma. “Eu aprendi a tocar na igreja, mas na escola eu não tinha a oportunidade de me desenvolver. Gostei muito de participar do grupo e quero aprender a tocar outros instrumentos”, comemorou Brenda, que tem TDAH.
A dona de casa, Elizabeth Batal estava muito feliz com a animação de seu filho, Lucas Batal, da sala de recursos da Escola Municipal Padre Agostinho Pretto. “Antes de ir para a sala ele tinha dificuldade para ler e escrever e era calado. Hoje, ele é muito mais comunicativo e nestes momentos de festa brinca com todos”, disse Elizabeth.
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