quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Nova Iguaçu lança 4ª edição projeto "Literatura e Africanidade"


A palestra de João Carlos Araújo, do Instituto Palmares, marcou o lançamento, nesta segunda-feira, dia 24, da 4ª edição do concurso “Literatura e Africanidade em Histórias em Quadrinhos”. Realizado pela Prefeitura de Nova Iguaçu, através da Secretaria Municipal de Educação, a competição tem como objetivo promover o aumento da autoestima e a produção do conhecimento. Participarão da disputa  estudantes do 1º ao 9º ano das 126 escolas da rede municipal de ensino. A final da competição será no dia 22 de novembro.
Aproximadamente 60 profissionais, entre professores de Incentivo à Leitura e Produção Textual (ILPT) e Incentivadores da Palavra participaram do lançamento. Além da palestra de João Carlos, pela manhã, os profissionais assistiram à tarde apresentação da professora Patrícia Góis, da Secretaria de Educação de Duque de Caxias, que falou da experiência das histórias em quadrinhos nas salas de leitura.
A assessora Técnica de Gestão Pedagógica, Odenize Monteiro Ferreira, ressaltou a satisfação de promover mais um concurso que tem o objetivo de estimular entre os estudantes o reconhecimento da sua raça, através da Lei 10.639 - que trata das questões afirmativas da história africana e indígena na grade curricular. “Queremos contribuir para o aprendizado dos nossos estudantes, levando a eles uma nova prática pedagógica”, finalizou Odenize.
Para a composição das histórias em quadrinhos com as crianças, os educadores participarão de formações continuadas sobre o gênero literário. O concurso está dividido em duas categorias: Infantil e Juvenil. Na primeira, os estudantes das séries iniciais, com apoio dos Incentivadores da Leitura, farão histórias em quadrinhos com no máximo seis cenas. Já na segunda, com auxílio de professores de ILPT, os alunos das séries finais farão tirinhas de três cenas. 
Segundo Vanessa Gnisci, responsável pelo Incentivo à Palavra na Semed, o tema proporciona aos estudantes o conhecimento das origens do povo brasileiro e também a ampliação dos conhecimentos dos gêneros literários. “As histórias serão elaboradas pelos estudantes, com a contribuição dos professores. Através destes concursos estamos incentivando a aplicabilidade da Lei 10.639 nas escolas”, disse Vanessa.
A professora de ILPT da Escola Municipal Monteiro Lobato, Sandra Maria Pereira, acredita que o “Literatura e Africanidade” é importante para o trabalho feito dentro de sala de aula. “É indispensável que sejam feitos trabalhos voltados para o autoconhecimento dos estudantes. Hoje, eles respeitam muito mais as adversidades e estão mais conscientes no que se refere à história dos negros no país”, afirmou Sandra. 
Para Ana Lúcia Rodrigues, Incentivadora à Palavra da Escola Municipal Meninos de Deus, o concurso intensifica nos estudantes o interesse pela leitura e diminui os vícios de linguagem. “As crianças precisam ser incentivadas e para isso é fundamental a realização desses projetos”, disse a educadora, que elogiou o fato das produções em histórias em quadrinhos, inserindo  os alunos em um novo gênero literário. 
Palestra com João Carlos Araújo
Representante do Instituto Palmares, João Carlos Araújo destacou a importância do trabalho sobre literatura e africanidade nas salas de aula. Ele falou sob as perspectivas da oralidade com foco na necessidade do relato dos personagens no cenário dos fatos. “Os professores têm a necessidade de dar atenção aos fatos, sejam eles quais forem, pois quem narra sabe da necessidade de que os outros cresçam e passem o que ouviram para outros”, disse João.
Ele agradeceu pelo convite e parabenizou a iniciativa da Semed em realizar um concurso com o formato das histórias em quadrinhos. “Ao se trabalhar a africanidade, consequentemente aumenta a autoestima e também a comunhão entre os negros e os não negros. Trabalhar essa questão é se preocupar com as diversidades racial, social e outras”, concluiu João Carlos, que acompanhou relato das experiências realizadas na Escola Municipal Ivonete dos Santos Alves, ministrada pela professora Raquel Natal da Costa.

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